O incêndio em uma fábrica em Ramos, Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira (12) deixou nove pessoas em estado grave, em atualização por volta das 10h15. O fogo consumiu todas as fantasias de escolas de samba fora do Grupo Especial. É o caso da Império Serrano, uma das mais tradicionais agremiações do carnaval, e da Unidos da Ponte.
Segundo a entidade que organiza os desfiles da Série Ouro, antigo Grupo de Acesso, o planejamento do carnaval está comprometido. Outras escolas como Unidos do Porto da Pedra e Unidos do Bangu também foram afetadas. Ponte, Império e Bangu serão consideradas "hors concours" caso consigam desfilar; ou seja, não serão julgadas e, assim, escapam do rebaixamento.
A decisão foi tomada em reunião nesta manhã. Ainda não se sabe como ficam os desfiles de 2026, uma vez que nesse ano 16 agremiações integram a segunda divisão do carnaval. A Série Ouro tem desfiles na sexta-feira (28) e no sábado (1º de março).
O incêndio na fábrica de fantasias do carnaval lembra o fogo que atingiu a Cidade do Samba em 2011. Recorde.
+ o incêndio que destruiu a 'Casa Warner' no Rio
O incidente ocorreu no dia 7 de fevereiro de 2011, um mês antes do reinado de Momo - naquele ano, a Quarta-feira de Cinzas foi em 9 de março - e o incêndio queimou fantasias e atingiu três barracões ao longo de quatro horas. Segundo o jornal "O Globo" do dia seguinte, funcionários apontaram para uma falha dos 7 mil "sprinklers", aqueles chuveirinhos acionados de forma automática quando há fogo.
Nenhum desses aparelhos funcionou. O fogo atingiu os barracões de três escolas: Grande Rio, União da Ilha e Portela, que desfilariam na segunda-feira. Uma reunião mudou o dia do desfile da azul e branca para o domingo, invertendo a data com a Mocidade, e tirando do julgamento o trio.
A tricolor estimou prejuízo de R$ 10 milhões no enredo sobre Florianópolis, uma vez que perdeu as oito alegorias, além de mais de 3 mil fantasias. Ao desfilar, encarou a chuva, culminando em queda de Ana Hickmann, destaque da escola. A Cidade do Samba foi inaugurada em 2006 para justamente dar mais proteção às escolas.
A própria União da Ilha sofreu com um incêndio em 1999 a um mês do carnaval. Dois anos depois, foi a vez da Imperatriz, que se sagraria campeã. Já em 1992, o Salgueiro perdeu carros alegóricos e fantasias em incêndio no barracão. Nesse mesmo ano, durante o desfile da Viradouro um incêndio destruiu uma das alegorias.