O processo de transição capilar ganha força nos últimos anos: diversas mulheres passaram a assumir e amar seus cachos e o volume natural do cabelo, do jeito que eles são.
Além de garantir a saúde dos fios, a transição traz liberdade para o cabelo, permitindo que eles cresçam livres de componentes químicos, levando-os à sua textura original, sejam eles ondulados, crespos ou cacheados, o importante é ter cabelos livres, leves e soltos.
"Por ser uma grande mudança, o tempo de uma transição capilar pode variar entre cada pessoa, e, durante essa transformação, vem de bônus a autoestima, a aceitação e o autoconhecimento. A palavra-chave para todo esse processo é paciência, para lidar com todos os efeitos desse novo visual", explica Ricardo Rodrigues, especialista em transição capilar e idealizador do RIRO Salon, localizado no Jardim América, em São Paulo.
Ao Purepeople, o expert em transição capilar conta cinco segredos para ter sucesso nesse processo de mudança.
Ao iniciar sua transição, é comum você sentir um desejo de cortar as madeixas: um corte novo é uma das opções para enfrentar o processo de uma maneira mais rápida e, de certa forma, menos trabalhosa. Essa decisão, geralmente, é indicada para quem já está bem seguro com seu novo visual.
"A transição ensina a não ter medo da tesoura, investir em cortes que valorizam os fios e ajudam a disfarçar a transição, é uma ótima opção", conta.
O uso do cabelo alisado, pranchado ou escovado pode dar a impressão de uniformidade dos fios, mas, quando se dá espaço para a transição capilar, é visto o crescimento natural do cabelo. "A parte lisa não deixa que os espirais abram e se desenvolvam. Enquanto ela não for embora, o seu cacho não vai aparecer do jeito que ele, de fato, é. É necessário ter paciência para conhecer o seu fio natural", aponta o hairstylist.
Ricardo ainda ressalta que alguns procedimentos químicos, como a descoloração e coloração, podem alterar o aspecto do fio. "Por isso, durante toda a transformação, é normal perceber uma raiz mais inchada e ver uma diferença de textura", pontua.
O frizz, muitas vezes, é visto como um grande "vilão" da transição capilar, mas, na verdade, ele é apenas uma característica de cada cabelo e de maneira nenhuma tira a beleza das madeixas. Ao contrário, pode até dar um charme ainda maior e auxiliar no volume dos fios.
Segundo Ricardo, o fio arrepiado faz parte da estrutura do fio cacheado. "Mesmo com muitas técnicas para diminuir, eventualmente, ele aparecerá. Não controle o incontrolável, apenas ame-o", acentua.
A transição capilar abrange não só a mudança dos fios, mas também os cuidados que se tem com os cabelos. "É da responsabilidade do profissional orientar os cuidados especiais durante o processo, bem como quais produtos devem ser utilizados", explica.
O hairstylist explica que cabelos cacheados e crespos são mais porosos, se comparados aos fios lisos e, por isso, necessitam de muita nutrição e hidratação. "Por exemplo, produtos com alto teor adstringente promovem o ressecamento dos fios, fazendo com que eles finalizem de maneira desigual. Já o cabelo nutrido tende a secar de maneira mais organizada, formando um único cacho", complementa Ricardo.
Para secar os cachos durante a transição capilar, Ricardo indica o uso de difusor e apostar em modeladores e finalizadores, para dar mais formato aos fios. "A secagem com o difusor tende a deixar as pontas do cabelo mais lisas, então, a minha sugestão é finalizar o processo com modeladores nas pontas, para conseguir modelar os fios, mesclando as pontas aos cachos", ensina.
Finalmente, o expert destaca que a transição capilar exige muita paciência: é preciso respeitar o tempo de crescimento dos fios, bem como aceitar as mudanças durante todo o processo. E, por isso, é essencial contar com a ajuda de um profissional de confiança para compreender quais são as expectativas e adaptações.
"Um dos pontos mais importantes da transição capilar é organizar o styling depois, ou seja, como você vai cuidar e arrumar esse cabelo em casa. Cabe ao profissional fornecer essas instruções e orientações, para que o processo seja o mais tranquilo e confortável possível", sinaliza Rodrigues.
Ele ainda conta que não existe um momento específico para dar início à transição capilar, que pode demorar de um mês a dois anos, dependendo da vontade e disposição da pessoa na adaptação dos processos e cuidados.
"Para uma transição mais rápida, existe uma técnica a qual o cabelo é cortado bem curtinho, conhecida como Big Chop, que consiste na raspagem total dos fios lisos, para deixar o cabelo crescer normalmente depois. Quando feito, leva cerca de um mês para a raiz do cabelo crescer. Já outra opção viável no processo também é manter o tamanho do comprimento dos fios e ir cortando as pontas lisas de tempos em tempos. Essa alternativa pode levar de meses até dois anos para chegar ao resultado final, mas é menos radical comparada ao Big Chop", finaliza.