Sophia Loren completa 80 anos neste sábado (20) e celebra a data presenteando os seus fãs com uma autobiografia, "Ontem, Hoje e Amanhã - Minha Vida Como Um Conto de Fadas". Ícone do cinema italiano, a atriz decidiu reunir suas memórias em um livro, lançado no início deste mês na Europa, no qual dá detalhes sobre a trajetória de sua vida nada comum.
A obra, que chegará ao Brasil até o fim do mês e com tradução publicada pela Record, revela detalhes da vida sofrida da diva do cinema. Desde a menina miserável que vivenciou a 2ª Guerra Mundial e se deparou com a fome durante a juventude, até se transformar em um dos grandes nomes da cultura popular do século 20.
Ela relata que quando era criança sua mãe chegou a pedir esmola para sustentar o filhos, sem mostrar nenhum indício de futuro promissor. Em seu primeiro concurso de beleza, a jovem menina alta, magra e com nariz fora dos padrões de boa estética, usou um vestido confeccionado pela sua avó, usando a cortina de casa. Por sua vez, o traje fez a jovem chamar atenção. Ali, o destino promissor parecia traçado.
Em busca de fotos antigas, cartas e registros, bilhetes de figuras como Cary Grant, Frank Sinatra, Audrey Hepburn e Richard Burton, e de sua alma gêmea, o também italiano Marcello Mastroianni, Sophia Loren mergulhou a fundo no que chama "baú de lembranças".
Relatos picantes
O livro traz ainda passagens reveladoras. Sophia relembra a ocasião em que precisou conter a empolgação de Marlon Brando disparando um olhar fulminante sobre ele. "De repente ele colocou as mãos em mim. Virei-me com toda a tranquilidade, bati em seu rosto e disse: 'Não ouse fazer isso de novo. Nunca mais!'. Quando o pulverizei com os olhos, ele pareceu pequeno, indefeso, quase uma vítima de sua própria notoriedade. Ele nunca mais repetiu o gesto, mas foi muito difícil trabalhar com ele depois disso", declara.
A história com Cary Grant foi diferente. Os dois começaram a se apaixonar no set de filmagem de "Orgulho e Paixão", em 1956, e ele sugeriu que ambos rezassem para tomarem a decisão certa. Sophia tinha 22 anos e vivia um romance com Carlo Ponti, com quem iria se casar. Grant tinha 52 anos, estava em seu terceiro casamento, mas mesmo assim pediu a mão de Sophia.
"Suas memórias tão esperadas dão aos fãs detalhes da mulher que deixou sua marca em uma era", escreveu Judith Curr, presidente da Atria Publishing Group e responsável pela edição.
O título de sua autobiografia, dividira em três partes, foi tirado da coleção cômica dirigida por Vittorio De Sica, no qual Loren interpretou três papeis diferente.
Em maio deste ano, Sophia acompanhou a exibição do curta-metragem "A Voz Humana" no Festival de Cannes. O filme, que marcou o retorno de seu filho Edoardo Ponti como diretor, é protagonizado pela atriz e recebeu muitos elogios da crítica.
A estrela já ganhou o troféu de Melhor Atriz no Festival de Cannes, em 1961, pelo filme "Duas Mulheres", além de ter sido presidente do júri em 1966.