Um dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo, Neymar é proprietário de um relógio da Rolex, modelo Daytona Eye of the Tiger. Considerado um dos mais exclusivos do mundo, a peça conta com detalhes de ouro e 36 pedras de diamante, e foi lançada em 2019. A joia já foi vista no pulso do atleta em diversas ocasiões, inclusive, em publicações de seu perfil no Instagram.
Pela política da Rolex de não divulgar os preços dos relógios mais exclusivos como uma forma de preservar os clientes, não existem dados oficiais sobre o valor do modelo escolhido por Neymar. No site de leilão Sotheby's, a peça está disponível com estimativas de 150 mil a 300 mil francos suíços (moeda suiça), o que equivale a R$ 815 mil e R$ 1,6 milhão na atual cotação.
O relógio de Neymar voltou a viralizar nos últimos dias por expor de forma gritante uma situação que já é de conhecimento público: as diferenças salariais entre o futebol masculino e feminino. Apenas este Rolex do craque do PSG equivale quase ao pagamento de Marta Silva durante o ano inteiro no Orlando Pride.
Eleita 6 vezes a melhor jogadora do mundo e considerada a rainha do futebol brasileira, Marta tem um salário anual de 400 mil dólares, ou R$ 1,89 milhão na atual cotação, segundo o veículo espanhol Marca.
Marta é uma das atletas que protesta em campo contra a desigualdade de oportunidades entre as seleções masculina e feminina. A atleta, por exemplo, se recusa a usar chuteiras com logos de patrocinadores por não considerar justos os valores oferecidos por marcas. Desde a copa de 2019, ela joga com o símbolo da campanha "Go Equal" nos pés, iniciativa que visa legitimar o espaço da mulher no futebol.
Em entrevista ao Universa, do UOL, Olga Bagatini, mestre em jornalismo esportivo e especialista em futebol feminino, destacou que a luta tem que ser para que Marta e as demais jogadoras que fazem história nos campos recebam valorização (e remuneração) à altura de suas histórias gloriosas.
"Quem conhece o futebol feminino não tem a pretensão de que os pagamentos sejam iguais, porque existem muitas desigualdades históricas. O que a gente reivindica é que as atletas do futebol feminino recebam o justo pelo que elas fazem, especialmente a geração da Marta, que é uma divisora de águas para a modalidade no Brasil", disse a especialista.