Racismo estrutural: médica aborda problema social e ensina mulheres a combatê-lo
Publicado em 5 de maio de 2022 às 21:46
Por Patrícia Dias
Com 20 anos de formada, anestesista Carla Nascimento ainda sofre discriminação não somente pela cor, mas pelo sexo, no meio médico.
Racismo estrutural: médica aborda problema social e ensina mulheres a combatê-lo
Não há como negar que vivemos em um país machista, no qual as mulheres são oprimidas em todas as esferas sociais
Como contribuir para combater o racismo estrutural
No Brasil, mulheres ainda são discriminadas no mercado de trabalho
Médica Carla Nascimento alerta sobre racismo estrutural e outros preconceitos no meio profissional
Mulheres enfrentam rotina de preconceito no Brasil
Apesar de avanços na desconstrução da ideia de papéis sociais, discriminação de gênero ainda é grande no país
Discriminação racial nos serviços de saúde
A médica Carla Nascimento ainda sofre discriminação não somente pela cor, mas pelo sexo
Veja + após o anúncio

Enquanto a SpaceX, empresa de foguetes de Elon Musk, convocou a astronauta Jessica Watikins para integrar a tripulação rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), se tornando a primeira mulher negra em uma missão de longo prazo, no Brasil mulheres ainda são discriminadas.

"O meio médico ainda discrimina mulheres e negras em pleno século 21". A afirmação é da médica anestesista Carla Nascimento, que luta diariamente para vencer não só o racismo estrutural como a discriminação pelo gênero.

Carla conta que sofre preconceito desde quando era estudante. Já nos bancos acadêmicos, não acreditavam que ela fazia faculdade pública de Medicina. Mas Carla prestou vestibular somente para as instituições públicas, em um total de 4, passando em todas.

Hoje, coleciona residência médica em Anestesiologia (especialidade que é uma de suas paixões), com títulos pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia - SBA - e pela Associação Médica Brasileira - AMIB, além de pós-graduação em Medicina Estética e Dermatologia.

"Dos professores, ouvi que eu era bonita demais para fazer Medicina. Acho que eles relacionavam que mulher bonita não poderia ter intelecto suficiente para ser profissional da saúde", pontua.

Discriminação racial nos serviços de saúde

Carla Nascimento se recorda que já foi questionada enquanto preparava uma paciente para a cirurgia. "Ela me perguntou em que momento seria atendida pela médica. Em outra ocasião, ainda na faculdade, enquanto fazia plantão geral, fui perguntada se eu era de todas as áreas da saúde. No final, questionei a pessoa o que sobrava para mim e aí ela se tocou e pediu desculpa", relata.

"Então, tanto o racismo como o sexismo, são muito comuns na área da Medicina; além de ser nova, ser mulher e ser negra. Muitas vezes foi colocado à prova não só minha posição no local como qualidade profissional", afirma.

Desrespeitada por pacientes e colegas de trabalho

Recentemente, Carla Nascimento esqueceu os óculos no hospital em que trabalha e retornou para buscá-los, sofrendo preconceito do colega de trabalho. "Um rapaz da segurança me solicitou que entrasse pela garagem, pois somente os médicos poderiam usar a entrada principal", detalha.

Racismo estrutural: como combatê-lo?

A saída, segundo a anestesista, é impor-se diariamente: "Até hoje acontecem situações desse tipo. Tive de aprender a me impor em um ambiente onde a grande maioria dos profissionais médicos é homem e existem poucos negros, mas aprendi a me colocar de maneira adequada e exigir respeito, que é o mesmo que dou para as pessoas".

E nesse exercício diário, Carla vai vencendo com sua capacidade profissional. "As pessoas acabam só reconhecendo meu valor depois que são atendidas por mim. O triste é ver que em 2022, ou seja, 20 anos depois de formada, as mesmas coisas continuam acontecendo", lamenta.

"Mas sigo provando que capacidade não tem a ver com idade, sexo nem com raça. Pelo contrário, as mulheres estão em todos os lugares e têm total capacidade de exercer qualquer função. O preconceito existe, é real, continua forte e em algumas situações mais evidentes que em outras", conclui.

Palavras-chave
Principais notícias Entretenimento Entrevista
Sobre o mesmo tema
Na infância, ela já encantava a todos pela beleza; hoje com 38 anos, é uma das mulheres mais famosas do Brasil. Reconhece?
Na infância, ela já encantava a todos pela beleza; hoje com 38 anos, é uma das mulheres mais famosas do Brasil. Reconhece?
14 de setembro de 2024
Resumo da novela ‘Tieta’ (11/12): Vixe Maria! Osnar fica apavorado ao ver Mulher de Branco, famosa ‘assombração’ macabra da cidade
Resumo da novela ‘Tieta’ (11/12): Vixe Maria! Osnar fica apavorado ao ver Mulher de Branco, famosa ‘assombração’ macabra da cidade
11 de dezembro de 2024
Notícias similares
Óvulo de uma no corpo da outra: entenda como Brunna Gonçalves engravidou de Ludmilla
Óvulo de uma no corpo da outra: entenda como Brunna Gonçalves engravidou de Ludmilla
10 de novembro de 2024
Bruna Marquezine avalia cenas quentes com Sérgio Malheiros em série: 'Sexo faz parte da vida'
Bruna Marquezine avalia cenas quentes com Sérgio Malheiros em série: 'Sexo faz parte da vida'
10 de novembro de 2024
Últimas Notícias
Assédio sexual e ambiente hostil: Blake Lively processa Justin Baldoni, do filme 'É Assim que Acaba', e faz GRAVES acusações contra ator
Assédio sexual e ambiente hostil: Blake Lively processa Justin Baldoni, do filme 'É Assim que Acaba', e faz GRAVES acusações contra ator
21 de dezembro de 2024
Eva cresceu! Aos 12 anos, filha de Angélica rouba a cena por seu tamanho em foto com a apresentadora, que elogia: 'Gata'
Eva cresceu! Aos 12 anos, filha de Angélica rouba a cena por seu tamanho em foto com a apresentadora, que elogia: 'Gata'
21 de dezembro de 2024
Últimas Notícias