O rapper Oruam, de 23 anos, causou alvoroço após ser preso e liberado em questão de horas nesta quinta-feira (20). Mauro Davi dos Santos Nepomuceno — seu nome de batismo — deixou a delegacia após pagar uma fiança de 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 60.720. Aproveitando o burburinho em torno do caso, Oruam, que já alfinetou Luana Piovani em defesa de Neymar, anunciou que lançará seu novo álbum, "LIBERDADE", à meia-noite desta sexta-feira (21). O projeto contará com cerca de 15 faixas, e o timing do lançamento parece estratégico, já que sua prisão dominou as manchetes do dia. Será coincidência?
Assim que saiu da delegacia, o rapper foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de sua detenção ter sido uma jogada de marketing para promover o novo trabalho. A resposta veio em tom de irritação, com discussões acaloradas e ataques à imprensa. 'Sou um dos artistas mais escutados do Brasil e nunca me chamam para entrevistas. Agora, quando acontece algo assim, todo mundo quer perguntar', disse ele. Uma repórter ainda questionou se tudo não passava de uma ação de marketing. O cantor rebateu: 'Marketing de quê, mano?', respondeu Oruam.
Uma das imagens de divulgação do novo álbum mostra Oruam e seus familiares vestindo camisas com a estampa de 'Marcinho VP', um dos chefes do Comando Vermelho, preso desde 1996 por tráfico de drogas e homicídios, acumulando penas que somam 44 anos de prisão. O gesto foi interpretado por muitos como uma homenagem direta ao pai e um ato de desafio às autoridades.
Essa não é a primeira vez que o nome do rapper está envolvido em polêmicas. Durante sua apresentação no Lollapalooza 2024, ele já havia vestido uma camisa semelhante à utilizada na divulgação de "LIBERDADE", o que gerou diversas críticas e pedidos de boicote ao evento.
Na época, Oruam defendeu-se no Instagram: "Meu pai errou, mas está pagando pelos seus erros e com sobra. Só queria que pudesse cumprir uma pena digna e saísse de cabeça erguida".
O impacto de Oruam vai além da música. Sua associação ao crime e suas posições polêmicas inspiraram projetos legislativos em diversas cidades brasileiras. A chamada "Lei Anti-Oruam" busca proibir que recursos públicos financiem shows de artistas que promovam apologia ao crime ou ao tráfico de drogas.
Diante da crescente repressão, Oruam reagiu no X (antigo Twitter): "Eles sempre tentaram criminalizar o funk o rap e o trap coincidentemente o universo fez um filho de traficante fazer sucesso, eles encontraram a oportunidade perfeita pra isso.."
