Há quase um ano, Angélica e Luciano Huck passaram por um grande susto, quando o avião em que estavam com os três filhos - Joaquim, Benício e Eva - precisou fazer um pouso forçado em uma fazenda no Mato Grosso do Sul. Desde então, o piloto Osmar Frattini, que comandava a aeronave, foi afastado do emprego e vem encontrando dificuldades de conseguir trabalho, apesar de ter autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para voar.
Ele relembrou o acidente envolvendo o casal de apresentadores, que esteve em um cruzeiro nos Estados Unidos, em entrevista ao programa "Domingo Show", da Record. "O Luciano foi atrás do copiloto, e a Angélica de mim. O avião estava se comportando normal, sem problema nenhum. De repente, a luz do filtro do motor direito acendeu, depois do esquerdo, dez segundos depois acenderam as duas e o avião perdeu potência. Luciano percebeu na hora e perguntou o problema. 'Perdi o motor esquerdo', avisei. Eu já estava a 3200 pés de altura, era pousar ou pousar. Quando comuniquei o pouso, Angélica disse: 'Nós todos vamos morrer', e eu respondi: 'Não vou deixar ninguém morrer'", contou.
Frattini relembrou que a apresentadora, que posou recentemente ao lado de Silvio Santos, foi quem ficou mais nervosa. "Ela gritava: 'vamos morrer, vamos morrer'. Então pensei que, desligando a aeronave, não ia ter explosão, e foi o que fiz. Quando pousamos, olhei para o meu copiloto, ele estava branco. Quando olhei para trás, estavam todos juntos. As crianças disseram: 'tio, tio, o senhor está todo vermelho'", detalhou.
Após o pouso, o piloto pediu para que todos saíssem, já que ainda havia risco de o avião explodir. "Angélica começou a gritar: 'meu Deus, meu Deus', ainda dentro do avião. Pedi novamente para eles saírem. Angélica sentou, Luciano ficou com ela, e as crianças corriam para lá e para cá. Quando chegamos na fazenda, ele agradeceu: 'obrigado por salvar minha família'".
Sem emprego, piloto desabafa: 'Acho que não mereço isso'
Apesar de algumas críticas, Frattini acredita que tomou a melhor decisão. "Não me importo com o que acham, o que fiz está certo. Pra mim foi uma fatalidade, uma surpresa o que aconteceu. Acho que a tranquilidade que mantive me ajudou a tomar a melhor decisão", opinou.
O piloto teve a renda diminuída e vem encontrando dificuldades de conseguir emprego. "Sabe como estou vivendo hoje? De empréstimos. Amigos me ajudaram no começo; hoje, ninguém me ajuda mais. Estou cortando tudo, parcelando tudo que posso. Quero ver minha filha formada, não é fácil me desfazer do que tenho para pagar a faculdade de medicina dela e de Direito do meu filho", disse.
"Hoje me sinto um pássaro sem asas, estou no chão, sem voar. Nunca fiz nada de errado na aviação, acho que não mereço isso. Não quero dinheiro de graça, preciso de emprego, só quero trabalhar", desabafou o piloto, que é considerado "apto a voar" pela Anac. A investigação ainda está em andamento, e a empresa de táxi aéreo em que Osmar trabalha afastou o profissional até que saísse o laudo do acidente.
(Por Caroline Moliari)