Por muito tempo, pessoas negras se viram repletas de dúvidas e cercadas de mitos nos cuidados com a pele, em função do pouco debate sobre as características únicas da pele, como o alto nível de melanina e colágeno, e uma maior tendência à oleosidade no rosto e ao ressecamento no corpo.
"Além de sofrer pouco com os efeitos do amadurecimento, essa pele aparenta menos celulite e flacidez de pele, por ser mais firme. No entanto, há mais propensão a manchas escuras (hipercromias pós inflamatórias e melasmas), e também se faz necessário redobrar o cuidado com queloides", aponta a fisioterapeuta e dermatofuncional Aline Caniçais, da HTM Eletrônica.
A pele negra tem tendência a ter glândulas sebáceas maiores, o que acaba a tornando oleosa. "É recomendada a limpeza duas vezes ao dia para evitar o entupimento dos poros e a formação de cravos e espinhas", aponta a expert.
Outra dica é consultar um profissional de sua confiança para limpeza mais profunda e tratamentos complementares. "Um dos recursos mais interessantes é o uso do peeling ultrassônico, que limpa profundamente a pele sem agredir e sem gerar qualquer desconforto. O tratamento é feito por meio de uma espátula que gera pulsos ultrassônicos, que vibram 26 mil vezes por segundo", destaca Aline.
Por conta da maior quantidade de melanina, a pele negra tem, de fato, uma proteção natural, mas isso não significa que o protetor solar deve ser esquecido ou só usado em dias de praia. "A melanina natural não é suficiente para região contra os danos dos raios solares. Por isso, é importante passar protetor solar todos os dias", conta a especialista.
Na contramão do rosto, a pele do corpo tende a ser mais seca: por isso, esfoliantes e hidratantes precisam fazer parte de seu kit de skincare. "Uma dica é fazer uma esfoliação potente no banho em áreas como pés, joelhos e cotovelos, que costumam ser bem ressecadas, a fim de retirar as células mortas e impurezas, dando lugar a uma pele de melhor qualidade e mais suave ao toque.", indica Aline.
Na hora de tratar as manchas, é importante procurar um profissional especializado e entender as questões individualizadas da sua pele. Mas, de modo geral, o uso de LEDs pode ser benéfico.
"Eles atuam de modo a promover homogeneidade da coloração, por meio de hiper hidratação tecidual e melhora na função dos melanócitos (células que produzem a melanina), normalizando a produção e auxiliando na reabsorção do pigmento excessivamente instalado. Pode-se, inclusive, fazer uso de cosméticos que são ativados pela luz, potencializando ainda mais os efeitos.", destaca.
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