O padre Fábio de Melo vem conquistando fãs não apenas da religião católica, mas também jovens e famosos como Bruna Marquezine após aderir ao Snapchat e mostrar seu bom humor em vídeos no aplicativo. Em 2015, no entanto, ele se envolveu em uma polêmica ao aparecer em foto ao lado do travesti Luana Muniz e, posteriormente, admitir que se sentiu envergonhado por ser preconceituoso. Neste domingo (27), o padre voltou a comentar o episódio no "Programa da Eliana", no SBT, e foi às lágrimas.
Depois de encontrar Luana no aniversário da cantora Alcione, onde a foto foi feita, Fábio de Melo contou em uma palestra que teve receio da aproximação, e que, logo depois de posar com a transexual, soube que ela realiza um trabalho social na Lapa, bairro boêmio do Rio. "A coisa que eu mais acho odiosa, como religioso, é toda vez que eu tenho a oportunidade de ver um instrumental religioso sendo usado para que a gente se sinta melhor que os outros. E eu confesso que quando encontrei a Luana - inclusive hoje corrijo a linguagem, porque no dia que eu dei essa palestra a minha ignorância me disse para chamá-lo de 'ele' -, senti toda aquela rejeição dentro de mim, sabe? Porque não foi natural, eu não quis estar perto dela", contou à apresentadora, já elogiada ao posar sem maquiagem.
O padre continuou seu discurso emocionado: "Confesso que na hora que eu senti que eu rejeitava aquela criatura, que eu não era capaz de amá-la como Jesus amaria se estivesse ali naquele lugar, e eu me senti um fracassado. Porque tantos anos como cristão e eu me lembrei da minha mãe, de tudo o que ela me ensinou na vida, e se tem uma coisa que eu aprendi com ela, é isso, que não tenho o direito de me sentir melhor que ninguém. Eu acho que existem questões humanas que nos distanciam demais por causa disso. O outro estudou menos que eu, o outro tem uma escolha sexual diferente da minha... nada, absolutamente nada, deveria ser um impasse para o nosso encontro", opinou ele.
Fábio de Melo, que no ano passado ganhou uma carona de Angélica no "Estrelas", falou ainda da repercussão do caso e afirmou que mantém contato com Luana. "Eu fiquei amigo dela. Então de vez em quando a gente se fala. Logo no nosso primeiro contato ela me disse que tinha sido uma avalanche na vida dela, porque ela também não esperava aquilo, e o que foi mais interessante, uma iniciativa da Arquidiocese do Rio de Janeiro em ligar para ela, em procurar conhecer o trabalho, em oferecer ajuda. E ela disse: 'padre, o senhor não faz ideia do tanto de carolas, de beatas que vieram aqui querendo ajudar o nosso projeto'. Isso aconteceu e eu me sinto um vitorioso", finalizou.
(Por Caroline Moliari)