Isis Valverde foi vítima de um crime virtual: montagens que mostravam a atriz nua foram espalhadas nas redes sociais nesta quinta-feira (26). Em entrevista à colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, que também divulgou a informação em primeira mão, o advogado da atriz, Ricardo Brajterman, confirmou que as imagens foram criadas através de um aplicativo de inteligência artificial.
"Não vazou qualquer nude da minha cliente. Na realidade, existe um aplicativo criminoso que, utilizando a inteligência artificial de forma ilícita, permite que o usuário coloque o rosto de qualquer pessoa – adultos, crianças, padres, freiras, artistas... – anexado a um corpo nu de outra pessoa. Foi isso que aconteceu com Ísis Valverde", explicou Ricardo.
Para reforçar que não se trata de Isis, Ricardo aponta que as imagens não mostram as tatuagens da atriz; entre elas, uma com o símbolo do teatro, que fica bem visível na região da costela.
Ainda em entrevista para Fábia Oliveira, o advogado de Isis confirmou que todas as medidas já estão sendo tomadas. Além de responsabilizar os criadores das montagens, a equipe jurídica da atriz também quer retirar o aplicativo do ar.
"Vamos tomar todas as medidas cabíveis na esfera civil e criminal, não somente para retirar o aplicativo do ar, pois ele induz à prática de crime, mas também para responsabilizar o responsável por fazer a abjeta montagem fotográfica que tenta fazer que Ísis Valverde teria posado nua para fotografias, o que, repito, não é verdade", reforçou.
Ricardo ainda destaca que o mesmo que está acontecendo com Isis pode acontecer com pessoas comuns, sem os mesmos recursos para se defender. "Se o mesmo que Ísis está passando acontece com uma adolescente, ou uma pessoa comprometida, ou alguém que leve a vida de forma discreta e pacata, além da pessoa ficar estigmatizada para o resto da vida, pode acabar deprimida ou até se suicidando", lamentou.
Vale lembrar que vazar e/ou compartilhar fotos ou vídeos íntimos sem consentimento das pessoas que aparecem nos registros é crime. O caso de Isis também configura uma prática criminosa: a lei 13.772/2018 prevê pena para montagens em foto, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou com teor sexual. O responsável pode pegar de 1 a 5 anos de prisão.