Genival Lacerda morreu aos 89 anos após passar mais de um mês internado em decorrência da Covid-19, no Real Hospital Português, em Recife (Pernambuco). O falecimento do cantor de "Severina Xique Xique" foi anunciado pelo filho dele, Genival Lacerda Filho, nesta quinta-feira (7). "Painho faleceu", escreveu em rede social. O paraibano passou o período de internação em estado grave e respirando com a ajuda de aparelhos. Em 2020, Nicette Bruno, que faria aniversário neste dia, também perdeu a luta contra o coronavírus, assim como Eduardo Galvão, e Paulinho, um dos vocalistas do Roupa Nova.
Também na web, João Lacerda, outro filho de Genival, deu adeus ao pai. "Hoje perdi um dos maiores amigos de minha vida, amigo da música, de ensinamentos, amigo que na hora de brigar, sempre brigava e minutos depois nem lembrava que brigava, porque não guardava mágoa de ninguém", iniciou. "Meu Anjo da guarda, minha Luz, minha vida, hoje ele fez sua última viagem para ficar ao lado do Senhor Deus. Ainda ontem lembro-me de seu sorriso, de apertar sua mão! Agora terei de aprender a viver com sua imagem, e lembranças de um bom pai. Vai na paz meu pai, sempre te amarei, teu João Lacerda", finalizou.
Logo após a confirmação do falecimento, anônimos e famosos. Um admirador compartilhou foto com o cantor: "Luto". "Obrigado por suas alegrias, pelas viagens juntos, foram poucas, mas deu para perceber a pessoa que o senhor era", completou um parceiro de palco. "Um dos mais importantes cantores de forró do País. Milhões de brasileiros dançaram e se divertiram com a sua música e a sua irreverência. Meus sentimentos à família e amigos", exaltou outro fã. "O ícone do forró. Que pena!", lamentou Sonia Abrão.
Paraibano de Campina Grande, o cantor nasceu em 5 de abril de 1931 e se mudou para Pernambuco nos anos 1950. O primeiro disco foi gravado em 1955. O grande sucesso, "Severina Xique Xique" só viria a ser gravado 20 anos depois. Composição sua e de João Gonçalves, o disco gravou 800 mil cópias. Na sequência, Genival acumulou outros hits como "De Quem é Esse Jegue?" e "Sanfoneiro Alagoano", além de "Mate o Véio, Mate".
Conhecido como "Rei da Munganga", o artista fez parcerias com Sivuca e Dominguinhos - morto em 2013 - gravando mais de 40 discos. Em 2000, lançou um CD para comemorar meio século de carreira. Já em 2008 teve sua trajetória contada no documentário "É Tudo Verdade - O Rei da Munganga".
(por Guilherme Guidorizzi)