Talvez você até diga que não acredita em superstições, mas certamente acredita que números repetidos têm alguma mensagem por trás ou evita passar por debaixo de uma escada - afinal, ninguém quer dar margem para o azar, não é mesmo? E é justamente diante de crendices como essa (que muitas vezes nem sequer sabemos a origem) que toda uma cultura popular se instala, dita regras, divide opiniões e, claro, propaga o medo.
Com a temida sexta-feira 13 não é diferente. Considerada há séculos um prenúncio de má sorte, a data já inspirou uma sociedade secreta no final do século XIX, um romance no início do século XX e a famosa franquia de filmes de terror.
E se você acha que para por aí, saiba que existe não um, mas dois palavrões, literalmente, que descrevem essa fobia irracional pela sexta-feira 13: são eles a paraskavedekatriafobia e a friggatriskaidekafobia. Vamos entender mais de perto como isso tudo começou?
Embora ainda seja incerto dizer quando exatamente essa superstição teve início, a aura de negativismo em torno do número 13 existe há séculos, a começar pela perfeição imputada ao número 12, que abrange os signos do zodíaco, os trabalhos de Hércules, os deuses do Olimpo, os apóstolos de Cristo e as tribos de Israel, apenas para listar alguns exemplos.
Ao treze, restou a transgressão à plenitude. Para os romanos, também era considerado um símbolo de morte, destruição e azar. E a maldição vai além. Para muitas culturas, todas as vezes em que 13 pessoas se reuniam para qualquer finalidade, algo de ruim estaria prestes a acontecer - a começar pela Santa Ceia, que teria Judas, o traidor, como 13º membro.
Agora que você já conhece um pouco da história por trás do mau agouro do número 13, vamos unir essa superstição à sexta-feira; uma má-fama que transita entre o cristianismo e os povos nórdicos.
Para os cristãos, mesmo que os dias da semana ainda não existissem, acredita-se que foi numa sexta-feira que Eva deu a maçã a Adão e que Caim matou seu irmão, Abel. Além disso, foi numa sexta que o templo de Salomão veio abaixo e claro, que Jesus Cristo foi crucificado.
Já para a cultura nórdica, o pavor das sextas-feiras tem nome: Frigga (origem da palavra Friday, em inglês), a deusa do amor, da fertilidade, da sabedoria, mas também da magia, da guerra e da morte.
A partir do momento em que o cristianismo passou a converter os países nórdicos, a igreja católica contribuiu para a demonização de Frigga, e alegava que, a agora bruxa, se reunia com outras 11 feiticeiras e o próprio demônio (olha só, 13 seres) todas as sextas-feiras, e tramava reviravoltas do destino para a semana seguinte.
Parando para pensar, isoladamente, todos esses eventos não seriam suficientes para causar tamanho frenesi. Mas quando ambos os elementos coincidem com situações catastróficas ou desafiadoras, até mesmo o mais cético começa a olhar com certa desconfiança.
O primeiro e maior motivador acontecimento numa sexta-feira 13 foi a caça e a prisão dos Cavaleiros Templários, que ocorreu em 13 de outubro de 1307. Entretanto, essa fama de perigo, feitiçaria e mau agouro só começou a ser documentada em 1881, com a criação do "Clube dos Treze".
Consistindo na reunião de treze membros, a sociedade secreta tinha como finalidade desmascarar falsas superstições (especialmente aquelas em torno do número 13), colocando grande parte delas em prática antes de se encontrarem para o jantar - incluindo agendar o primeiro meeting do clube em uma sexta-feira 13.
E isso foi apenas o começo! A partir do século XIX, a combinação de ambos os símbolos de azar ganhou força, curiosidade, e se tornou fonte de inspiração para diversas obras. No começo do século XX, o romance "Sexta-Feira 13", escrito pelo financista americano Thomas W. Lawson, por exemplo, começou a fixar a data na consciência moderna. Então, se hoje você quer riscar esse dia do seu calendário, saiba que Lawson tem uma grande parcela de culpa nisso.
Por fim, em 1980, o cinema nos presenteou com Jason Voorhees, assassino em série nascido na fatídica data e que não pode ver um grupo de jovens se divertindo para entrar em ação. Atualmente, a franquia "Sexta-Feira 13" já conta com 12 filmes, uma série de TV, jogos eletrônicos e fãs que fizeram da superstição, um motivo para celebrar.
Enquanto alguns trancam as portas, evitam sair de casa ou tomar qualquer decisão importante, outros aproveitam a data para maratonar filmes de terror ou até mesmo se envolver em uma vibe mais espiritual, apostando em banhos de limpeza energética, simpatias de proteção ou até mesmo rituais para atrair energias positivas.
Afinal, por mais que os eventos ao longo dos séculos enaltecessem eventos trágicos, há uma egrégora muito presente e importante nesta data, que lhe permitirá atrair tudo aquilo que você manifesta ao Universo.
Então pode ir separando suas ervas (arruda, alecrim e manjericão, por exemplo), cristais, incensos, velas e tudo o que tiver direito para fazer desse dia um verdadeiro portal de boas vibrações. Abrace a sexta-feira 13 como uma data mágica para realizar seus desejos, firme suas intenções e boa sorte!
(Texto por WeMystic)