A estreia foi dela, e Isabelle Drummond mostrou que também sabe falar grosso! O primeiro capítulo da novela "A Lei do Amor" trouxe, acima de tudo, uma mocinha guerreira e forte, que luta pela sobrevivência da família com a mesma garra que defende a si e os seus. A história escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari une os elementos clássicos do folhetim a boas atuações, sob a direção de Denise Saraceni, que soube conduzir com maestria a emoção até a última cena, finalizada com um ótimo gancho.
Autores de sucessos como "Sangue Bom" e o remake de "Tititi", Maria Adelaide e Vincent estreiam hoje essa parceria como novelistas do horário nobre. E trazem um cheiro de novidade, de inesperado, de um monte de possibilidade que deixa a gente curioso para saber como vai ser. "E essa novela nova, vai ser boa?" - a pergunta que não quer calar me foi feita muitas vezes por pessoas diversas nos últimos dias.
Para acadêmicos, estudiosos de teledramaturgia e alguns críticos, dizer se uma obra é boa ou não depende da análise minuciosa de vários aspectos técnicos e artísticos, além é claro do gosto pessoa, já que ninguém está livre da impressão que ela lhe causa. Mas para quem é noveleiro, muitas vezes isso vem do afeto, da afecção que as cenas provocam na gente quando estamos assistindo. Aquela ânsia de saber o que vem em seguida, o arrepio com a trilha, a respiração presa na tensão da cena, e até quem sabe dos olhos marejados de emoção com o beijo. "A Lei do Amor", só nesse primeiro capítulo teve tudo isso e mais.
Destaques do elenco
Teve Denise Fraga nos brindando com seu talento imenso. Vera Holtz apontando as nuances de uma vilã dissimulada e manipuladora. Teve Chay Suede, sempre carismático e com uma naturalidade impressionante na hora de dizer o texto e agir em cena - que menino bom! - teve também Maurício Destri completamente diferente do seu mocinho de "I Love Paraisópolis", apresentando um Ciro pesado, introspectivo, denso. É um início de personagem muito favorável e rico para Thiago Lacerda assumir na segunda fase.
E por último, mas longe de menos importante: teve Isabelle, que deixou os agudos de lado e trouxe sua Helô com uma força muito digna de Claudia Abreu. A atriz brilhou, segura e intensa, tanto na suavidade das cenas com Pedro (Chay Suede) quanto nos picos de tensão, como a briga com o pai e o pedido de joelhos diante de Fausto (Tarcisio Meira). Essa estreia marca um passo grande no amadurecimento do trabalho dela, e não se deve tirar o mérito também da direção, pois essa costuma ser uma conquista em conjunto.
Detalhes que fazem a diferença
Não posso deixar de mencionar também o trabalho fantástico de caracterização, figurino e direção de arte que salta aos olhos nessa primeira fase. Remontar 1995, um ano que já pode ser considerado "de época", mas que está logo ali atrás e muitos telespectadores viveram, é desafiador. Detalhes como a boneca de Helô na quermesse, o comercial na TV, objetos de cena e certas roupas que marcaram essa década, não passaram despercebidos.
E, voltando à dramatugia: o drama da mocinha pobre que se apaixona pelo rapaz rico é um clichê. Mas os clichês existem porque funcionam, e fazê-lo dar certo mais uma de tantas vezes depende da execução. Essa pontinha de história apresentada hoje me fisgou como um anzol que tem uma linha muito forte e resistente, mas também é bem longa e tem muito carretel ainda pra puxar. Promete!
Quer saber mais? Veja a lista completa dos personagens no quem é quem, confira as emoções dos próximos capítulos no resumo da semana e se quiser entender básico sobre a história mais rapidamente assista o nosso Papo de Novela!
(Por Samyta Nunes)