Fernanda Montenegro prestigiou Paulo José no lançamento do documentário "Todos Os Paulos do Mundo", sobre o veterano, nesta quarta-feira (2), no Rio de Janeiro. Em conversa com o Purepeople no Espaço Itaú de Cinema, a comenta o retorno de Thiago Fragoso às gravações da novela "O Outro Lado do Paraíso" após ser submetido a uma cirurgia para a retirada de nódulo de um dos rins. "Ele conseguiu ficar fora por uns oito dias e voltou para gravar como se nada estivesse acontecendo com ele. Gravou até a véspera da operação e já gravamos uma cena ontem. Imagino aquela alma como deveria estar. Mas na hora de encarar o personagem ele, extraordinariamente, domou a fera."
A atriz aproveita para enaltecer o homenageado da noite. "Todos Os Paulos do Mundo" retrata a trajetória do ator através de seus filmes mais icônicos, como "Todas as Mulheres do Mundo", "Macunaíma", "O Padre e a Moça", "Juventude" e "O Palhaço". "O Paulo é um homem que está no que há de melhor de memória. Digo memória porque é algo realizado que ficou. Ele é um homem de grande importância na televisão, no teatro, no cinema. Com uma grande envergadura na arte de representar. Sei que não somos muito credenciados, temos uma não aceitação da cultura nesse país. Mas nós, que somos vocacionados, vamos e voltamos. E esse documentário, embora não tenhamos muita memória ou não liguemos para as nossas heranças culturais, é um documento que ficará."
Em entrevista recente, Fernanda assumiu que se sente realizada como Mercedes na novela de Walcyr Carrasco: "Adorei fazer uma velinha rezadeira. Achei um desafio. Sempre fiz as ricas da novela das nove, ou as bandidas, as senhoras honestas. E me veio essa personagem que não tem idade. Essa mística tão brasileira. Nela tem tantas religiões juntas". A veterana ainda notou semelhanças com a personagem: "Ela tem uma mística que acho que tenho. Santo Agostinho que diz: 'Se você dúvida, você já acredita'. Tenho uma formação muito católica, mas um catolicismo popular. Tinha um bisavô italiano que rezava e tirava mau-olhado. Sempre foi algo dentro do catolicismo".
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto por Tatiana Mariano)