Eva Wilma chega aos 80 anos neste sábado (14), com 60 deles dedicados à carreira artística. Para celebrar o momento, a atriz segue em cartaz pelo país com a peça "Azul Resplendor", na qual divide o palco com Pedro Paulo Rangel, Dalton Vigh, Luciana Borghi, Lu Brites e Felipe Guerra. O texto foi escrito por Eduardo Adrianzén em 2005 e revela os bastidores dos camarins de teatro, jogos de poder, ambições, afinidades e vaidades do mundo dos tablados.
"O bem querer do público é o mais importante de tudo. Tenho consciência do quanto trabalhei. Da honestidade com a qual enfrentei o trabalho dobrado, triplicado, a jornada difícil e de que fiz tudo sempre com amor e com garra", declarou Eva em entrevista ao programa "Damas da TV", exibido pela Canal Viva, na quarta-feira (11).
A atriz teve um problema de saúde no início do ano e precisou se submeter a uma cirurgia no quadril, causada pelo desgate resultado de uma artrose. Mas não demorou para retomar a sua rotina e voltar ao teatro. Em março de 2014, a atriz será homenageada no 26º Prêmio Shell de Teatro por seus 60 anos dedicados aos tablados.
Um de seus maiores sucessos foi Altiva, vilã de "A Indomada" em 1997, na novela de Aguinaldo Silva. Era parceira do deputado Pitágoras, papel de Ary Fontoura, em quem encontrava um parceiro para armações e golpes. Suas expressões características ganharam o público, como "Well!", que ela usava a cada frase, "Oxente, my God!" e "Tudo all right". Por sua atuação no papel de Altiva, Eva Wilma ganhou diversos prêmios, entre eles o de Melhor Atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). "Foi uma grande chance que ele (Aguinaldo) me deu. Toda a emissora acreditou na possibilidade de fazer uma vilã com humor. E como o Aguinaldo tem muito humor, sinceramente, deitei e rolei nas cenas que ele me dava de presente", contou a atriz durante o programa.
Outro grande marco em sua carreira foi a Dra. Martha do seriado "Mulher", exibido pela TV Globo, que ficou no ar de 1998 a 1999, uma ideia original de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. O programa se passava em uma clínica especializada em atendimento a mulheres e contava situações típicas do mundo feminino. "Mulher" recebeu o prêmio da APCA como o Melhor Programa de TV no ano de 1998.
O último trabalho de Eva nas telinhas foi em "Fina Estampa", de Aguinaldo Silva, trama que revelou o recente papai Marcelo Serrado no papel de Crô, em 2011. O personagem fez tanto sucesso que ganhou um longa-metragem este ano.
De bem com a carreira e com a sua trajetória, a atriz veterana apenas lamenta que os atores de sua geração tenham tido cada vez menos espaço nos folhetins e acredita que a tendência é contar a história do ponto de vista dos personagens mais jovens, vividos por atores da nova geração. "Acho que é a fórmula. Os que já viveram, vão entrar menos (nas tramas). A gente vira a azeitoninha do empadão", analisa.