Ed Motta voltou a comentar suas declarações polêmicas durante o programa "Pânico na Band", exibido na noite deste domingo (19). Na semana passada, o cantor chegou a cancelar um show em Porto Alegre (RS), alegando estar abalado com a repercussão de seu desabafo no Facebook.
Na entrevista à atração da Rede Bandeirantes, o artista se defendeu. "Eu me expressei mal. Falei que uma parte do público que ia (aos shows) eram pessoas que ficavam gritando 'Manuel' (seu maior sucesso). Eu ironizei isso", disse Ed, citando ainda as pessoas que vão com um relógio branco às suas apresentações. "O que eu critiquei é uma minoria assim de 5%. Só que aqueles 5% é igual mosquito quando você está dormindo. Irrita? Não tanto assim, mas você fica rezando para o mosquito sumir", disparou.
O artista ganhou da equipe do programa um 'kit pagodeiro', composto de relógio branco - usado por ele no show na casa de espetáculos Terra da Garoa - óculos escuros, camisa do Corinthians e cavaquinho.
'Eu sou gênio', dispara Ed Motta
No bate-papo com Rodrigo Scarpa e Daniel Zukerman, o cantor contou também que prefere ser um artista elitista. "Não faço questão nenhuma de ser um cara popular. Eu me afastei disso há muitos anos", iniciou. "A minha frustração da arte que eu faço é que ela é compreendida fora do Brasil não tem essa mesma compreensão aqui pela maioria das pessoas. Não quero fazer um esforço para mudar nem a minha arte e nem a minha personalidade de virar um cara vaselina, meio bom mocinho. As pessoas fazem isso com falsidade. Se eu chorasse na TV... Essa falsidade, o brasileiro adora", acrescentou.
Ed também comentou as críticas que fez em relação a alguns ritmos musicais. "É uma defesa de alguém que está completamente fora do mercado em consequência dessa música descartável. Não posso me arrepender de uma coisa que, artisticamente, para mim é o grande vilão", afirmou. Quando questionado sobre a música baiana, o cantor foi direto. "Salvador para mim é o Dorival Caymin, o Glauber Rocha e o Caetano Veloso. Nunca gostei de nada que é popular na minha vida. Não tenho nada contra a Ivete Sangalo, mas o axé eu não acho legal", explicou o músico, que já havia se comparado a Odete Roitman, vilã vivida por Beatriz Segall na novela "Vale Tudo".
"Eu até acho que os sertanejos têm até uma qualidade técnica. Os caras cantam bem", completou. Ao comentar suas declarações polêmicas, o artista foi direto. "Eu estou enchendo o saco. Estou velho, gagá, cheio de barba branca, neurótico...", enumerou Ed, que surpreendeu ao disparar. "Eu detesto artista", disse. "Você é artista! Então você se detesta", rebateu o intérprete do Vesgo. "Eu sou gênio, é diferente", respondeu. E ainda voltou a comentar as polêmicas declarações. "Não tenho nada contra ninguém. Fiz uma brincadeira em um negócio. Pelo amor de Deus, tem tanta coisa mais importante para se preocupar", disse.
Entenda a polêmica
Há cerca de duas semanas, Ed usou sua conta no Facebook para deixar um aviso para os brasileiros que comparecem em seus shows na Europa. "É importante frisar: não tem músicas em português no repertório. Eu não falo em português no show. Preciso me comunicar de forma que todos compreendam, o inglês é a língua universal", escreveu o sobrinho de Tim Maia.
"Então, pelo amor de Deus, não venha com um grupo de 'brasuca' berrando 'Manuel' porque não tem. E muito menos gritar 'fala português, Ed'. O mundo inteiro fala inglês. Não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês", acrescentou ele que, no ano passado cancelou uma turnê nos EUA por problemas na emissão do visto de seu passaporte.