
Se hoje Edvana Carvalho faz uma Eunice doce, batalhadora e dona de si no remake de 'Vale Tudo', há 37 anos foi Íris Bruzzi quem eternizou a personagem como uma das mais queridas da novela. Na versão original assinada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Basséres, Íris contracenava com o saudoso Cláudio Corrêa e Castro, papel interpretado agora por Luís Mello.
Atualmente aos 90 anos, pode-se dizer que a atriz transformou seu talento em uma carreira de sucesso na TV, cinema e teatro. Ex-vedete, Bruzzi tornou-se uma estrela de TV requisitada desde os anos 60, iniciando em Alma de Pedra', da TV Excelsior, em 1966.
Na Globo, ela atuou em 'Minha Doce Namorada' (1971), 'Corpo a Corpo' (1984), 'Vale Tudo' (1989), entre outras. Entre os últimos trabalhos mais emblemáticos está a ex-vedete Guida Guevara, de 'Belíssima', em 2005.

Atualmente, Íris Bruzzi vive no Retiro dos Artistas, espaço do Rio de Janeiro onde vivem artistas idosos. Anteriormente, ela passava uma temporada nos Estados Unidos com o filho, Marcelo Caruso, onde tratava o Alzheimer. No entanto, a artista perdeu o Green Card e precisou retornar ao Brasil.
“Fisicamente ela está bem. Ela está com um princípio de Alzheimer, em processo de tratamento. Mas, no geral, está bem, dialoga, conversa, lembra de tudo. Ela foi trazida pelo filho, que tem dado total assistência. Ela será acompanhada por uma cuidadora”, disse Cida Cabral, administradora do Retiro, ao jornal Extra.
Após sua passagem pela Globo, Bruzzi migrou para a Record, onde atuou em 'Vidas Opostas' (2006), e outras produções, como 'Chamas da Vida' (2008), 'Ribeirão do Tempo' (2010), 'Máscaras' (2012), 'Balacobaco' (2012) e 'Pecado Mortal' (2013).

Embora esse tenha sido um período de vários trabalhos para a artista, Íris não tem boas recordações. Ao ser dispensada, ela processou a emissora por ter sido contratada como pessoa jurídica, o qual recebeu uma indenização em torno de R$ 1 milhão.
“Tinha minha vida, minhas contas para pagar. Tive que entregar meu apartamento, vender minhas coisas e vir morar com meu filho nos Estados Unidos. Eu chorava, me sentia muito humilhada”, contou ela para Antônio Fontenelle.
Além do mais, a troca da Globo para a Record não foi bem vista pelo público. “Eu fiz coisas lindas. Se fosse na Globo, eu teria ganhado prêmios. Eu fui a uma festa e de repente me apareceu uma senhorinha fofa, que disse: ‘Você está linda, eu pensei que você estava morta’. Na Record, a gente desponta para o anonimato. As pessoas pensam que a gente morreu, mas eu estou vivíssima”, pontuou.