
Maicol Antonio Sales dos Santos confessou o assassinato de Vitória Regina de Souza e garante ter agido sozinho, segundo a Polícia Civil. No entanto, a equipe jurídica do operador de empilhadeira não está satisfeita com o desfecho. O advogado do suspeito, Arthur Perin Novaes, questiona a legalidade de como o procedimento foi feito.
Arthur afirma que a confissão aconteceu de madrugada e sem a presença de advogados, o que é proibido por lei. Ele ainda aponta que uma testemunha afirma que não houve confissão.
“A defesa não participou de qualquer ato de confissão, não foi devidamente intimada para isso. Com muita estranheza que recebemos a notícia pela mídia. Saímos de lá por volta das 20h30, 21h, e não houve confissão. O próprio representante da prerrogativas da OAB ouviu o Maicol e disse que não houve confissão, que não teria interesse algum em falar, isso tá gravado”, disse o advogado em entrevista ao jornal O Globo.

Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, Maicol confessou o crime de forma espontânea. Os agentes reforçam que não têm dúvida da autoria e de que ele agiu sozinho.
Em seu depoimento de confissão, cujos trechos foram divulgados pelo “Jornal Nacional”, Maicol afirma que teve um caso com Vitória um ano e meio atrás e a jovem teria ameaçado contar à mulher dele. Vale destacar que, até o momento, a polícia afirma que não há provas de que os dois tenham tido um relacionamento e a principal hipótese é a de que ele era um stalker.
Maicol relata que esperou Vitória no ponto de ônibus - a jovem retornava do trabalho no momento do crime, mas os dois só se encontraram quando ela já estava a pé em direção à sua casa. Ele afirma que a adolescente concordou em entrar no carro dele para que eles conversassem.

Segundo Maicol, ele pediu que Vitória não contasse do caso para a mulher e, nesse momento, a vítima teria tentado agredi-lo. O autor do crime diz que “que se exaltou, pegou uma faca que levava no carro e que atacou Vitória”.
Vitória foi morta com três facadas. De acordo com o laudo da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), o corpo trazia cortes por faca no tórax, no pescoço e no rosto.