Bruna Marquezine marcou presença na coletiva do filme "Vou Nadar Até Você" em São Paulo, nesta segunda-feira (2). No longa, a atriz interpreta Ophelia, uma jovem de 20 anos que vive com a mãe (Ondina Clais) e cresceu sem pai. Decidida a encontrá-lo, a fotógrafa envia uma carta avisando de sua chegada e que irá até ele nadando, a partir da ponte de Santos. Ao saber da chegada iminente, Tedesco pede a Smutter (Fernando Alves Pinto), seu grande amigo, que passe a acompanhá-la de perto. Para o papel, Marquezine fez quase um mês de natação no Pacaembu.
Em conversa com a imprensa, Bruna revelou curiosidades sobre as filmagens. "Tive que me preparar fisicamente porque as imagens iriam exigir isso e as cenas na água eram mais desgastantes. Porém, fui descobrindo mais sobre a personagem e nunca encontrei conforto fazendo exercício físico. Descobri um universo paralelo da Ofélia. A gente acordava muito cedo para as filmagens e teve dia de passarmos o dia na água. Até hoje gosto de me exibir com as minhas braçadas na água para as pessoas", contou a atriz, que brilhou na 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul.
Para fazer sua primeira protagonista no cinema, Bruna encarou desafios radicais. "A primeira cena a personagem pula da ponte de 16 metros, pedi alguma vezes para pular, mas como não tinha me preparado tecnicamente recebi alguns 'nãos' da equipe. Quando eu desci da ponte parte da equipe estava pálida. No roteiro não acontecia nada com ela e acreditei que não aconteceria nada comigo também", comentou a artista, que usou uma dublê na sequência. Marquezine explicou também que que é proibido pular da ponte Santos – Guarujá e que a prefeitura concedeu o pedido aos diretores em prol do filme.
Sem contrato fixo com a Globo e escalada para a série Conquest, do Netflix, Bruna entendeu a complexidade que a personagem exigia dela como profissional. "Me encantei com a Ofélia, tenho uma paixão pelo mar, sou apaixonada por fotografia, me apaixonei pelo trabalho do Klaus, o olhar dele me encantou e admiro muito essa menina que tem tanta força dentro dela. Foi muito diferente das personagens de 20 e poucos anos que eu tinha feito até então", afirmou.
Marquezine relatou ainda que nunca viu a indústria do cinema muito aberta com papeis que vale a pena aceitar o projeto. "Recebi muitas perguntas sobre o 'por que de fazer filme', como se a oferta para fazer filmes fosse gigante. Nunca recebi muitas propostas para fazer cinema porque cresci na televisão e as pessoas ainda enxergam o ator como 'artista de tv ou de teatro'. E só de eles me enxergarem eu me senti muito honrada. Enquanto artista, precisava viver isso para me reciclar e lembrar o meu amor pela arte. Em alguns momentos esqueci o motivo pelo qual eu amo meu trabalho. E durante a Ofélia eu me redescobri como atriz", declarou.
Segundo Bruna, ela desenvolvou a personagem com uma visão maximizada, diferente do que vive em trabalhos na TV. "Foi maravilhoso. Primeiro pela experiência e depois porque eu acho que, às vezes, as falas atrapalham. Na televisão a gente conta a informação três, quatro vezes na mesma semana. Poder fazer a obra fechada e ter espaço para contribuir e criar foi muito enriquecedor. Tive muita liberdade para experimentar e sentir a personagem", finalizou.