Manoel Carlos, o autor de "Em Família", bateu o martelo sobre a personalidade de Laerte, um dos personagens principais da trama. Em entrevista para o jornal "Folha de S. Paulo" desta sexta-feira (18), o novelista explicou o porquê de o músico ter tomado o caminho da obsessão e sobre a volta do ciúme doentio, que durante alguns momentos da trama pareceu ter ficado para trás. Há 20 anos, Laerte (Gabriel Braga Nunes) chegou a enterrar vivo o seu melhor amigo por sentir que o seu romance com a namorada tinha sido ameaçado e se esbarrou com o mesmo sentimento tempos depois.
"Laerte tem problemas. Um homem ciumento ao extremo, possessivo, vaidoso e atormentado. Não sei se chega a ser um psicopata, mas talvez fosse mais feliz se procurasse ajuda médica e psicológica", define o autor.
Na reta final, a trama seguirá a receita da maioria dos folhetins, com mais ação e movimento para os principais personagens. O namorado de Luiza (Bruna Marquezine) morrerá com um tiro no dia do seu casamento e isso faz parte dos elementos dramáticos que, segundo Maneco, também seguem a cartilha de histórias anteriores escritas por ele.
"'Em Família' tem o mesmo estilo de todas as minhas outras novelas, acho que cumpri bem meu papel. É uma novela com grandes personagens, grandes questões e muita conversa", diz Maneco que inovou ao escrever o primeiro beijo gay entre mulheres e também o primeiro casamento gay da TV.
"Em Família" foi a última novela escrita por ele, que se aposenta dos folhetins aos 81 anos, mas voltará com projetos mais curtos na TV. Autor de "Presença de Anitta" (2001), protagonizada por Mel Lisboa, o escritor pretende retornar escrevendo uma continuação da história de ninfeta, mas desta vez mostrando a jovem mais madura, aos 30 anos. "Já avisei à Globo do meu interesse em realizar esse projeto, mas nada ainda está confirmado", diz ele.