Brasil e França em um mesmo cenário de leveza e exaltação. É o que promete Claire Nativel, atriz e cantora francesa, que vive no Rio de Janeiro desde 2012. Em seu monólogo musical chamado "Brasil Mon Amour", que está em cartaz no Teatro Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro, às terças e quartas-feiras, às 20 horas, até 18 de abril, Claire encarna uma personagem que relembra com nostalgia das suas vivências no Brasil e usa a música para canalizar as suas emoções. Em entrevista ao Purepeople, Claire conta detalhes do espetáculo: "A história da peça é inspirada na minha relação com o Brasil que começou antes de eu chegar aqui. Sou de uma região francesa chamada Ilha da Reunião, que fica no Oceano Índico, e quando criança, uma vez estava vendo a TV e ouvi no comercial de refrigerantes a música 'Essa Moça Tá Diferente', de Chico Buarque. Eu não sabia o que era, não sabia de onde era e demorei um tempo para descobrir que era do Brasil. Aí depois da descoberta comecei a me interessar muito pelo país e sua música".
Experiente em musicais, a cantora que já participou do programa 'The Voice Brasil' em 2013 e integrou o elenco de musicais como 'Bilac Vê Estrelas', 'Godspell' e 'My Fair Lady'. Claire explica de onde surgiu a vontade de fazer um monólogo musical. 'A ideia veio da conversa com uma amiga. Ela disse que eu tinha um olhar muito diferente do Brasil enquanto estrangeira. Eu tenho muito amor pelo Brasil, queria muito falar das minhas experiências, mas não sabia muito bem o que fazer disso. Aí comecei a escrever e vi que as músicas surgiam como parte dessa história. Foi aí que pensei que poderia fazer um musical a partir disso. O musical conta a história dessa francesa que se apaixona primeiro pela música, antes mesmo de conhecer o Brasil e depois descobre de fato o Brasil e o que ele é".
Ao longo de 60 minutos de peça, além de cantar, Claire interpreta diversas situações que já viveu no país e também brinca com os estereótipos que os brasileiros têm sobre os franceses e das ideias clichês que os franceses têm sobre os brasileiros. Com relação a trilha sonora escolhida, a atriz comenta: "Cada música representa alguma coisa que eu fui descobrindo no Brasil. A primeira música: 'Essa Moça Tá Diferente' foi a minha primeira descoberta. Depois conheci a bossa nova, aí quando cheguei no Rio fui descobrindo o samba, aí tem uma música de Zeca Pagodinho. E o Bêbado e o Equilibrista foi uma grande descoberta para mim porque a primeira vez que eu escutei não entendi muita coisa, porque ela é cheia de metáforas. Então, eu fui pesquisar e entendi que ela falava da Ditadura Militar. Só assim fui entender esse momento histórico do Brasil que eu ainda não sabia. Então, cada música entrou como um pedaço de Brasil que fui descobrindo. É cômico e emocionante".
(Por Helena Marques)