
A chegada do remake de 'Vale Tudo' tem criado uma grande expectativa do público e de atores, inclusive entre veteranos da versão original.
Sempre direto em suas opiniões, Antonio Fagundes respondeu ao podcast Novelão, produzido pela coluna Play, do Jornal O Globo, sobre suas expectativas em torno da produção, que estreia em 31 de março.
O ator, que deu vida ao protagonista Ivan na versão de 1988, teme pela receptividade do público ao revisitar uma trama já consagrada, principalmente se o folhetim original estiver disponível de alguma forma.

"Você fazer o registro de uma obra icônica, que funcionou em todos os seus detalhes, com o registro dela ainda na sua mão, é uma temeridade. Você está correndo um risco de errar muito grande", opinou o veterano.
Fagundes defendeu que optar por criar uma nova história é válido quando a original se perdeu ou quando as fitas foram afetadas. Vale lembrar que o Globoplay tem o projeto Fragmentados, que consiste em revisitar tramas que sofreram prejuízos, e são disponíveis poucos capítulos preservados pelo acervo.
O artista, que foi desligado da Globo em 2022, contou um detalhe curioso como teoria de remakes de sucesso. Ele citou 'A Viagem', de 1994, um grande acerto por conta da versão da TV Tupi (1950-1980) ter seus registros apagados com o fechamento da emissora.

A mesma lógica se aplicou em 'Pantanal', de 2022, já que a versão da Manchete não estava completamente acessível. Em contrapartida, 'Renascer', de 2024, não conquistou os telespectadores, que assistem à versão original no Globoplay.
"As pessoas recorriam ao Renascer antigo. Por mais bem-feito que tenha sido, tem um registro icônico que ficou na sua memória e no qual você pode voltar. Temo que vá acontecer o mesmo com Vale Tudo. O público já assistiu cinco, seis, sete vezes. Então, é um grande risco."