Conhecido como o maior bicheiro do Rio de Janeiro e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Rogério Andrade foi preso nesta terça-feira (29). Ele foi detido sob acusações de ter mandado matar Fernando Iggnácio, com quem ele tinha uma rivalidade há mais de 20 anos.
Rogério e Fernando eram parentes: o primeiro era sobrinho do contraventor Castor de Andrade, o mais famoso bicheiro do século XX, o segundo era genro do mesmo. Iggnácio foi assassinado no dia 10 de novembro de 2020, com tiros de fuzil na cabeça. Ele foi alvo de uma emboscada na capital carioca.
Mas engana-se quem pensa que a prisão de Rogério seria o estopim da nova temporada de "Vale o Escrito", do Globoplay: a produção da segunda edição enfrenta muitos problemas atualmente.
Segundo informações da colunista Carla Bittencourt, do portal Leo Dias, a segunda temporada de "Vale o Escrito", anunciada para 2025, pode não sair do papel por falta de participantes. Por conta da repercussão, muita gente se recusou a dar depoimentos, o que fez o projeto original ser engavetado.
Rogério foi uma dessas pessoas que se recusou a falar, apesar de muitas tentativas da Globo. O contraventor também não autorizou que sua mulher, Fabíola de Andrade, rainha de bateria da Mocidade, participasse da produção. A negativa do bicheiro fez a direção da emissora desanimar.
Agora, a Globoplay estuda a possibilidade de contar histórias de bicheiros sem os depoimentos deles, o que faria o documentário perder bastante força.
Ao anunciar a segunda temporada, em dezembro de 2023, a Globo prometeu mostrar "outras famílias envolvidas com a contravenção" e apresentar "novos personagens que rodeiam esse submundo". "Tudo com direito à muita ação, dramas e reviravoltas dignas de ficção", disse a emissora.