A influenciadora Monique Elias foi indiciada pelos crimes de estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa. O alvo da acusação é a herança do empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze, um dos impérios do setor de cosméticos no Brasil. O caso foi revelado com detalhes pelo “Fantástico” deste domingo (16).
Monique é acusada de manipular Itamar, com quem foi casada até 2020, durante anos. As investigações apontam que era a influenciadora por trás de e-mails de uma mulher que se apresentava como Jéssica Ferrer.
Itamar recebia uma série de e-mails desta Jéssica, com ataques e acusações a pessoas que faziam parte do ciclo pessoal e profissional do empresário. As mensagens começaram a ser enviadas em 2012, ainda no início do namoro com Monique, e não pararam quando os dois se separaram.
Em uma das mensagens expostas pelo “Fantástico”, a mulher faz críticas a Adriana Siqueira, ex-mulher de Itamar, se refere a ela como “vagaba” e diz: "Ninguém no seu ambiente de trabalho é de sua inteira confiança". Ao longo dos anos, “Jéssica” também atacou fortemente os filhos do empresário.
Os e-mails, segundo o “Fantástico”, criaram “uma teia de intrigas”. Itamar se afastou dos filhos e passou a tomar decisões financeiras influenciado pelas mensagens de “Jéssica Ferrer”.
A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil do Rio de Janeiro afirma que Monique é a pessoa por trás dos e-mails. Ela teria criado o fake para influenciar decisões do empresário e se aproximar da fortuna dele.
As investigações também afirmam que “Jéssica” ajudou a dilapidar o patrimônio de Itamar e incentivou o empresário a ajudar Monique financeiramente. "Ela idealizou uma estratégia deliberada e prolongada de manipulação e isolamento praticado contra o Itamar", explica o delegado João Valentim Neto.
No total, Monique e os cúmplices teriam desviado cerca de R$ 122 milhões do patrimônio de Itamar, através de transferências bancárias, compra e venda de imóveis, alteração na apólice de seguros e fraude no testamento.
A Polícia também acusa o filho, João Carlos Tavares da Mata Serpa, e o ex-marido de Monique, Matheus Palheiras, de participação no plano nos últimos anos. "Foi um trabalho de anos, um trabalho de desconstrução de membros da família, de desconstrução da própria integridade mental do Itamar", reforça o advogado Alexandre Costa da Silva.
Os desvios não pararam nem mesmo quando Itamar estava em estágio debilitado de saúde. Em junho de 2023, época em que o empresário foi hospitalizado com sangramentos no fígado, foram identificadas 21 transferências feitas feitas por João sem autorização. Os valores desviados da conta do magnata chegam a R$ 400 mil. O fundador da Embelleze morreu um mês depois.
Além de indiciados pelos crimes de estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa, Monique, João e Matheus também são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro.
Em nota enviada ao “Fantástico”, Monique afirma que é “uma mulher honesta” e diz ser “vítima de uma campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade”. Ela também aponta que há misoginia e etarismo nas denúncias contra ela.