Renato Aragão, que fará 80 anos no próximo dia 13 deste mês e comemora 55 do personagem Didi, reclamou de cerceamento do humor no Brasil. Em entrevista para a revista masculina "Playboy", publicada na edição de janeiro deste ano, o comediante - que também fez sua estreia no teatro em 2014 - comparou o humor feito atualmente com a época em que trabalhava junto aos Trapalhões (1966-1995). Ele alegou ter tido mais liberdade para fazer piadas envolvendo negros e homossexuais.
"Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear", disparou o artista, reforçando que as piadas tinham o objetivo de fazer rir, fugindo de polêmicas.
"A gente fazia como uma brincadeira. Era uma brincadeira de circo entre mim e o Mussum (1941-1994). Como se fôssemos duas crianças em casa brincando. A intenção não era ofender ninguém. Hoje, todas as classes sociais ganharam a sua área, a sua praia, e a gente tem que respeitar muito isso", declarou ele à revista, nas bancas a partir desta terça-feira (6).
Contratado pela Globo, Aragão não deixa que falem mal da emissora
O humorista tem contrato fixo com a emissora de Roberto Marinho até 2017, mesmo fora do ar desde 2012, quando o programa "As Aventuras do Didi" chegou ao fim. À publicação, Renato declarou não tolerar críticas ao canal e disse ficar muito incomodado ao ouvir reclamações relacionadas ao programa "Criança Esperança", que apadrinha na casa. Na última edição, ele fez uma participação ao lado dos atores JR Rufino e Mel Maia.
"O programa explode e é: 'Ah, por que a Globo, em vez de fazer aquele programa, não doa o dinheiro para o povo?' É cruel isso. Me incomoda muito quando falam da Globo. Eu não admito que falem mal da Globo", afirmou ele. No ano passado, Renato exibiu seu telefilme "Didi e o Segredo dos Anjos", que tem Fernanda Vasconcellos no elenco. Para o longa, a atriz precisou mudar os cabelos de loiro, mas durante uma entrevista, reclamou sobre a transformação do look.
Humorista disse ter sofrido preconceito do público: 'Nunca liguei pra isso'
Com mais de 50 filmes no currículo, o comediante também afirmou na entrevista ter sido alvo de críticos de cinema, mas garantiu que nunca se incomodou com reclamações sobre o seu trabalho. Ele ainda disse ter sentido repulsa do público ao lançar seu trabalho com os Trapalhões, ao lado de Dedé, Mussum e Zacarias.
"Eu nunca liguei para isso, nem vou ligar. Tinha gente que criticava meus filmes sem assistir! Foi comprovado isso. Mas, quanto mais eles me malhavam, mas crescia o bolo, mais dava bilheteria. Os pseudocineastas ficavam umas araras porque os filmes deles não encostavam. Chegava um nordestino com um rolo compressor e passava por cima", vibrou o artista.
Recentemente, a modelo Vanessa de Oliveira relembrou a época em que fez par romântico com Didi no filme "Os Trapalhões na Terra dos Monstros" e revelou como foi o encontro com seu ídolo: "Eu tinha 19 anos, praticamente um bebê e recém-chegada do interior do Rio Grande do Sul. Imagina encontrar pela primeira vez o seu ídolo de infância e ter que lhe dar beijo? Foi constrangedor".