Yeanne e Victoria, atualmente com 1 ano e 2 meses, nasceram prematuras e ficaram internadas por mais de dois meses em um hospital de Portugal. Márcia conta que Yanne foi diagnosticada com icterícia, doença que deixa a pele da criança amarelada, precisou passar por uma cirurgia aos 5 meses.
"Um dia eu fui numa consulta de rotina, fui trocar a fralda e usei a maca do médico, que viu que a cor do cocô não era normal. Foi o que salvou a vida da Yanne... Ela teve que ir para uma cirurgia de urgência. Eu tinha muita fé que a cirurgia funcionasse, mas nós sabíamos que já era tarde".
Como procedimento não deu certo, a bebê passou por um transplante. O irmão mais velho, Jimmy, de 19 anos, foi o doador. Márcia ainda não sabe quando voltará para Portugal, onde mora com a família. A menina se recupera bem e os médicos estão otimistas.
"Eu tive uma postura proativa. Eu não parei um minuto. Há 14 meses eu não sei o que é descansar, que eu não sei o que é pensar em mim. Eu vivi esses 14 meses pensando nas minhas filhas. Não só na Yanne, porque a Victória acabou levando um pouquinho desse peso. Não podia dar tanta atenção para ela pela minha concentração na Yanne com o medo que o fígado chegasse num estágio que se deteriosasse demais e fosse fatal", desabafou Márcia sobre o problema.
"É uma dor dilacerante porque a gente não quer ver um ser tão indefeso sofrendo tanto, sendo picado a todo instante, procedimentos que são extremamente invasivos até para um adulto, ainda mais pra um bebê... O que aconteceu comigo é bem daquelas coisas que você acha que só acontece com os outros, ou que só acontece na novela. O que aconteceu comigo não quero que aconteça com ninguém", disse com lágrimas nos olhos.