Na pele de Ivana, prestes a se descobrir transgênero, na novela "A Força do Querer", Carol Duarte criticou a imposição de esteriótipos de gênero na sociedade atual. "A grande questão pra mim, nesse trabalho, é fugir dos estereótipos. Um homem, por condição, não é esse ser que é mais forte, mais bruto, menos emocional, o que senta de perna aberta, tem gestos mais retos, isso tudo é uma grande bobagem. Isso tudo faz parte de uma construção social. Uma mulher não é definida porque gosta de rosa e usa vestidos", afirmou a atriz em entrevista à revista "Glamour".
Na novela, Ivana, antes da decisão de mudar de sexo, sofre com a pressão de Joyce (Maria Fernanda Cândido) para encaixar nos moldes definidos como femininos. Com intenção de debater a questão de gênero no folhetim de Glória Perez, Carol comparou a imposição de esteriótipos a uma "prisão". "O nosso mundo é bastante binário nesse sentido, e as pessoas trans podem carregar no seu corpo quase um manifesto contra essa prisão binária de gênero, que define a nossa existência pelo gênero, que é uma construção social."
Em recente entrevista, a atriz garantiu que não teme rejeição do público e espera que a Ivana seja responsável pela mudança de pensamento dos telespectadores. "Espero que a novela possa abrir os horizontes das pessoas. A novela é mais uma faísca para a gente falar sobre isso, mas a gente tem que conquistar muitas coisas enquanto sociedade. Muitos crimes que acontecem às vezes a gente nem sabe, mas era porque o cara era trans, a mulher era trans. Torço para as pessoas se informarem e diminuírem o preconceito", disse. Aliás, para se preparar para o trabalho, Carol procurou homens trans para esclarecer suas dúvidas: "Tentei mergulhar ao máximo nesse universo. Me surpreendeu a história de cada um. Foi muito importante para mim! É bonito ver a pessoa que começar a se sentir bem e feliz no mundo".
(Por Tatiana Mariano)